sexta-feira, 20 de julho de 2012

Do esvair e do tempo - L. Durrel

"Creio que os incidentes não passam de uma espécie de comentários sobre nossos sentimentos - estes podem ser deduzidos a partir dos primeiros. O tempo leva-nos (ousando cogitar que somos egos autônomos, capazes de moldar nosso próprio futuro) - o tempo leva-nos adiante impulsionado pelos sentimentos dos quais somos menos conscientes. Isso é abstrato demais para você? Então me expressei mal. Quero dizer que Justine, após ser curada dos transtornos mentais causados por seus sonhos e seus medos, se esvaziou como um balão. A fantasia ocupou o primeiro plano de sua vida por tanto tempo que, agora que deixou de existir, nada mais lhe resta."

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 225)

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