terça-feira, 25 de maio de 2010

eu fico de repente apenas com as palavras que eu queria dizer mas sem gostar delas


"Estava num impulso de sinceridade e confissão que muitas vezes eu tenho em relação a você", ela disse a Lúcio. "Mas não sei, talvez porque você nunca tenha sentido em relação a mim esse mesmo impulso, eu fico de repente apenas com as palavras que eu queria dizer mas sem gostar delas".

(Carta de Clarice Lispector para Lúcio Cardoso, 12-03-1944. Clarice, de Benjamin Moser, p. 190)

7 comentários:

  1. linda maneira de falar da divisão subjetiva!
    ps: sobre o que é a tua dissertação?

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  2. já estou mais fragmentado do que antes, lendo esses fragmentos, gota a gota. abraço

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  3. permite-me, vanessa, postar aqui as palavras que deixei à zélia a propósoito de um comentário seu (julgo que encaixam nas headlines deste teu post):
    "tenho uma relação de amor/ódio com as palavras. há momentos em que lhes grito no tom em que sinto que elas o fazem comigo; nesse então, vejo-as como meros intermediários, usurpadores do coração e do sonho, traidores de ideias e sensações, filtros imperfeitos. No entanto, no auge do arrufo, sinto-as a sorrir, timidamente, como se fossem crianças pedindo desculpa pela mais inocente traquinice; quando mantêm a birra, sou eu que, sentindo falta da vertigem, corro para os seus braços, lambuzando-as de beijos e afagos.
    é então que nova crise de ciúmes emerge: o silêncio baixa os olhos, tomba a cabeça e, cabisbaixo, retira-se, ofendido pela minha indiferença...
    e balanço, de novo, entre dois amores..."

    um beijinho!

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  4. Vanessa,
    Tem um selo pra vc lá no meu blog.Se vc quiser participar da brincadeira acho que será bem divertida...
    Abços

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  5. escritores dão conta daquilo que não "se dá conta", assim como os pintores e outros artistas. É praticamente mágico conseguir fzr da miséria, dos infernos, das dores, paixões algo q. realmente valha a experiência.

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  6. Tem tantas coisas que gostaria de dizer, mas só por vezes agir por impulso eu calo!

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